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AmanhecerLevanta a cortina dos teus olhos, contempla a maravilha do amanhecer. A vida é uma criança, esperta, bonita,inteligente passa correndo, é preciso ver. Acredita, enquanto há tempo: não existe dor sem alento nem tristeza tão longe da alegria. Quando a luz de cada dia acende a vida, iluminando o amanhecer, não vacila, toma posse da imensa alegria de viver.Ivone Boechat(autora)Publicado no meu livro Amanhecer-3ª.Ed Reproart-RJ 2004
Diálogo: Quanto vale as palavras
Menina: -O que levaria alguém a entregar palavras como presente?_perguntou a menina ao receber cartas em papel.
Velha: -As palavras, ao contrário das coisas, possuem leveza e se diluem conforme a alma de quem as lê, pequena. São muito preciosas... _respondeu a senhora que sempre usava avental.
Menina: -Mas, elas são tão pequenas... Não devem ser importantes.
Velha: -Pois são, menina. Elas são...
Menina: -Como sabe?!
Velha: -Aprendi com a vida, menina pequena. A vida tem um jeito divertido de nos ensinar as importâncias. Veja bem - apontou a senhora de avental para a janela que mostrava o horizonte - Lá em cima, num céu infinito, mora o grande sol; mas lá também mora a chuva em pequenas gotas. Ambas com seu valor. É a chuva que descansa o calor, e é o sol que a traz de volta ao grande céu. A vida é feita de sol, horizonte e pequenas gotas de chuva. Tudo na vida é assim: interligado, necessário e importante.
Menina: -E as palavras são necessárias para quê? _perguntou a menina com as cartas nas mãos.
Velha: -As palavras foram feitas para dar voz a alma. Quando ela quer dizer, se desenha em papel. Uma carta não é apenas uma carta, é o coração de quem a escreveu.
Menina: -Então se alguém escreve é porque ama?
Velha: -Na maioria das vezes. As palavras são espertas e escrevem todos os sentimentos.
Menina: -Então as palavras tem o valor daquilo que mora no coração?!?
Velha: -Exatamente. Exatamente...
[Riscos e Rabiscos da Lu]
O vento que fecha uma porta
afasta as nuvens,
infla as velas,
espalha o pólen,
traz o perfume das flores,acaricia a pele,
refresca a alma.
E abre outras portas.
(Marcelo Predebon)